O e-commerce passou a ser vital para as empresas nesse período de restrições impostas para combater a pandemia do coronavírus. Com boa parte do comércio físico impedida de abrir, as lojas virtuais ganham cada vez mais público.
As vendas on-line registraram aumento de 18,5% na primeira semana de abril, segundo dados da consultoria Ebit/Nielsen. E a tendência é que esse percentual aumente mais à medida que os consumidores vejam nesse formato a única opção de momento para suprir suas necessidades de consumo.
Para o consultor de e-commerce Gustavo Erlichman, mesmo setores do comércio que, antes da pandemia, não tinham no on-line parcela significativa de suas vendas, agora percebem que são dependentes da modalidade.
"Com a pandemia, o e-commerce vive uma verdadeira revolução. Todos estamos confinados, então, o varejo físico não pode mais atender as demandas do consumidor. Por isso estamos vendo tantos novos entrantes no comércio eletrônico", disse Erlichman durante live do programa #TamoJuntoSP, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que aconteceu nesta sexta-feira, 17/04.
Dados do Ebit mostram que, entre 19 e 25 de março, o comércio eletrônico dos supermercados teve um aumento de 96% no número de entrantes, ou seja, de pessoas que pela primeira vez fizeram as compras on-line. Isso, na comparação com a semana anterior.
"O consumidor que experimenta o on-line vai continuar nesse meio. Esse momento de novos entrante precisa ser aproveitado pelas empresas para segurar os consumidores em seus e-commerce", disse o consultor.
E QUEM NÃO TEM LOJA ON-LINE?
Segundo Erlichman, é possível montar um e-commerce rapidamente, em uma semana no máximo. "Não se pode perder tempo com plataformas robustas e leiautes complexos", afirmou.
O consultor diz serem necessários alguns requisitos mínimos, como alguém na equipe com conhecimento em TI e também para divulgação do comércio eletrônico. Ele lembra que são profissionais que podem ser terceirizados.
O mais importante, porém, é o cuidado com o planejamento da logística. É preciso entregar o produto no menor tempo possível com o melhor custo."
Para o empresário Francisco Antônio Parisi, vice-presidente da ACSP, a logística para o e-commerce não pode ter como prioridade unicamente o preço, mas sim as necessidades do cliente.
"Em primeiro lugar, o produto tem de chegar inteiro para o cliente. Então, antes de mais nada é preciso observar a embalagem que será usada. Não adianta escrever frágil na caixa se a transportadora não for confiável", disse Parisi durante a live da ACSP. "Se o cliente recebeu no prazo e com qualidade o produto, é mais fácil fidelizar", complementou.
Segundo ele, os correios costumam dar suporte aos empresários de menor tamanho.
Parisi disse que esse é o momento de os empresários se reinventarem. "Precisam entender que agora estão todos em casa, em frente ao computador, com o celular nas mãos, vendo anúncios na internet. Quem tem site, quem é ativo nas redes sociais, está vendendo", afirmou.
Fonte: Diário do Comércio