Apesar do fechamento de pelo menos 600 mil micro e pequenas empresas devido à pandemia do coronavírus e da demissão de 9 milhões de funcionários, como mostra o último levantamento feito pelo Sebrae, o ano de 2020 começou com números que indicavam um ano propício para a abertura de novos negócios
Os registros da Junta Comercial e Industrial do Distrito Federal (Jucis-DF) mostram que, em janeiro, 1132 novas empresas tiverem abertura registrada, 54% a mais do que a quantidade no mesmo mês em 2019. Além disso, 104 empresas a menos foram fechadas em janeiro deste ano em comparação ao ano passado. Cenário que encontra justificativa na agilidade do atendimento 100% digital, com conforto e segurança jurídica e na aposta dos empresários no atual Governo do Distrito Federal, que investiu na quebra de obstáculos para a abertura de novos negócios.
Durante a pandemia, ainda não foram apresentados novos dados referentes a aberturas de negócios. Até porque o desafio que muitas empresas enfrentam hoje causa um afastamento ainda maior de futuros empresários.
O contador Vinicius Vasconcelos, sócio do C&V Contadores, explica que várias ações foram tomadas para manter a empregabilidade de funcionários através de medidas provisórias, prorrogações dos calendários de obrigações tributárias e obrigações acessórias. Segundo ele, essas providências deixaram o empresariado anestesiado, por pelo menos 60 dias, em relação aos maiores custos de uma empresa.
"O retorno das atividades é uma necessidade primordial para a decisão de manter o empreendedorismo ou não em conjunto com a continuidade de medidas governamentais que venham assegurar por mais tempo o equilíbrio econômico das empresas e da empregabilidade", afirma Vasconcelos.
Vinicius destaca que novas empresas podem encontrar espaço mesmo durante uma pandemia, principalmente se esses futuros empresários souberem reconhecer o mercado e entender se há ou não uma demanda para o produto ou serviço a ser comercializado.
"Existindo a oportunidade, já é um grande gatilho para o empreendedor. O impulso é a descoberta de um mercado disponível que garanta margem suficiente para cobrir custos operacionais", diz o especialista
A primeira etapa para, de fato, abrir uma empresa no DF é procurar a região administrativa onde ela será instalada, para a conferência da viabilidade do nome empresarial. Depois disso, toda documentação pode ser registrada digitalmente, no site da Junta Comercial, já que o atendimento presencial está suspenso. A inscrição pode ser feita em minutos, se toda a documentação estiver correta. Apesar da facilidade no processo que antes era burocrático, Vasconcelos chama atenção para uma parte que pode demorar um pouco mais, mas é essencial na abertura de uma empresa.
"Há uma série de itens importantes para entrar preparado em um negócio, como buscar o autoconhecimento, estudar o mercado e os riscos que nele se encontram, fazer planos de negócios, traçar metas, conhecer os custos iniciais, ter uma reserva de capital, analisar o regime de tributação, tudo isso para só depois tirar o medo de errar nas decisões", destaca.
Vasconcelos observa ainda a importância de calcular as reservas financeiras antes de tomar qualquer decisão, principalmente a de deixar o atual emprego para focar no futuro negócio.
"Pense no período em que sua empresa não dará lucro. Pense nos benefícios que o seu atual empregador te oferece, plano de saúde, alimentação, transporte. A partir do momento que você se dedicar só ao seu empreendimento, terá que custear tudo. Se tiver reserva suficiente para isso, no início, vá em frente. Caso contrário, pense na possibilidade de conciliar seu emprego atual com a sua empresa", aconselha o contador.
Fonte: It Press Comunicação