Entre janeiro a outubro deste ano, o gasto de turistas estrangeiros no Brasil cresceu 37% em comparação com o mesmo período de 2021. Foi o que apontou o relatório de estatísticas do setor externo divulgado pelo Banco Central (Bacen) na sexta-feira (25/11). Segundo o órgão, até o momento foram gastos mais de US$ 4 bilhões, bem superior aos US$ 2,2 bilhões registrados no ano passado. O dado reflete a retomada do turismo brasileiro nos últimos meses.
Apenas no mês de outubro, os estrangeiros deixaram no país US$ 413 milhões. O montante é 55,2% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando foram contabilizados US$ 266 milhões, e representa ainda 80% do que foi contabilizado no período pré-pandemia.
O bom resultado é bem parecido com o registrado nos meses de janeiro e março, que totalizaram, respectivamente, US$ 421 milhões e US$ 453 milhões, tornando- se os melhores meses para o gasto de turistas internacionais no país.
Recentemente, a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) divulgou um levantamento com informações sobre a vinda de estrangeiros para o país na temporada de verão. Segundo a entidade, mais de 800 mil estrangeiros devem visitar o Brasil nos próximos meses, sendo cerca de 20% com origem dos Estados Unidos. A expectativa é de que o gastos de estrangeiros cresça com a chegada do verão, uma das épocas mais esperadas do ano.
Malha aérea cresce
Mais uma boa notícia para o turismo e a comprovação de um cenário de retomada das operações aéreas no mercado doméstico. Estimativas da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), com dados registrados na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), apontam um crescimento de 12,6% no número de novos voos para a temporada de verão em relação ao registrado no ano passado. No total, o país deve contar com 163,3 mil voos a mais para o período.
Entre as regiões com o maior número de voos já previstos de dezembro de 2022 a março de 2023 estão o Sudeste, com 83,8 mil; o Nordeste, com 29,1 mil; e o Centro-Oeste, com 22,6 mil. Na Região Sudeste, a malha aérea na alta temporada de São Paulo deve ter 57.098 partidas, seguido por Rio de Janeiro (16.738), Minas Gerais (6.761) e Espírito Santo (3.232).
Já a Região Nordeste, a distribuição será da seguinte forma: a Bahia será responsável por 10.143 partidas, seguida por Ceará (6.151), Pernambuco (4.238), Rio Grande do Norte (2.143), Alagoas (2.014), Maranhão (1.311), Paraíba (1.289), Sergipe (1.001) e Piauí (861). Na região Centro-Oeste, por sua vez, o destaque no período do verão será o Distrito Federal, com 16.219 partidas, seguido por Goiás (3.013), Mato Grosso (1.868) e Mato Grosso do Sul (1.544).
A Região Norte será responsável por 6,8 mil voos de dezembro de 2022 a março de 2023. O Pará terá 2.358 partidas, seguido por Amazonas (1.811), Tocantins (831), Rondônia (557), Acre (561), Amapá (506) e Roraima (243). O Sul contará com mais de 20,7 mil voos de dezembro de 2022 a março de 2023, sendo que o Paraná terá 7.404 partidas, seguido por Santa Catarina (6.712) e Rio Grande do Sul (6.610).
Movimentação maior
Os números positivos do setor aéreo refletem, ainda, nas partidas e chegadas de passageiros. O Brasil registrou, em outubro de 2022, a movimentação de mais de 7,19 milhões de passageiros nos aeroportos do país. Segundo dados da ANAC, o número representou o terceiro melhor mês do ano, abaixo apenas dos meses de julho e agosto, que contabilizaram 7,65 e 7,29 milhões de passageiros, respectivamente. Entre os terminais que mais receberam viajantes no período estão o de Guarulhos/SP (3,07 milhões) e o de Brasília (1,21 milhão).
No acumulado do ano, de janeiro a outubro, a movimentação foi de 65,7 milhões nos terminais aeroportuários, número maior do que o registrado durante todo o ano de 2021 (59,5 milhões). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o montante de pessoas voando pelo país foi 21% maior.
Viagens corporativas
O turismo corporativo também vem mantendo a tendência de crescimento em 2022. Em outubro, o segmento registrou um faturamento de R$ 1 bilhão, conforme estudo realizado mensalmente pela Associação Brasileira de Agência de Viagens Corporativas (Abracorp). Apesar de ainda estar 4% abaixo do registrado no mesmo mês de 2019, antes da pandemia da Covid-19, o segmento continua com desempenho crescente neste ano.
O faturamento do transporte rodoviário cresceu 92% em outubro (R$ 2,4 milhões), quase dobrando em relação a 2019. Uma participação que demonstra uma tendência na mobilidade. Por outro lado, o faturamento dos serviços aéreos e de hotéis, que têm o maior peso na movimentação financeira do setor (64,8% e 24,9%, respectivamente), registraram queda. No acumulado de janeiro a outubro, o faturamento de 2022 totalizou R$ 9,2 bilhões, também 4% abaixo se comparado ao igual período de 2019, com R$ 9,6 bilhões.
O turismo de negócios é um dos mais rentáveis para o Brasil. Dados da Pesquisa Nacional de Domicílios (PNAD), realizada pelo Ministério do Turismo e o IBGE, apontam que as viagens corporativas representaram 14,6% do total de deslocamentos realizadas no ano de 2021 dentro do país.
Do lado internacional, em 2019, o segmento foi o segundo principal motivo da vinda de estrangeiros para o Brasil. Do número total, 15,4% visitaram o país com esta finalidade. Entre os destinos mais procurados estão São Paulo (49,2%), Rio de Janeiro (19,1%), Curitiba (4,8%), Porto Alegre (3,4%) e Brasília (3,2%). O gasto médio per capita desses viajantes, por dia, foi de US 77,39.
Fonte: Direito Online